Reestruturação e PDVE são os novos ataques à Caixa

Com reabertura do PDVE banco terá 10 mil empregados a menos em 2017

 

Na última segunda-feira (17), a direção da Caixa anunciou que o banco passará por uma reestruturação. A medida trará extinção de filiais e a migração de trabalhadores. O anúncio se soma à divulgação da sexta-feira (14), da reabertura do Programa de Desligamento Voluntário Extraordinário (PDVE). A intenção é que até 5.480 empregados peçam demissão do banco até agosto. O ataque escancarado à Caixa exige atenção de todos os trabalhadores que serão diretamente atingidos juntamente com a população.

A reestruturação – que não foi negociada com a Comissão dos Empregados (CCE/Caixa), conforme previsto em acordo coletivo- reduzirá ainda mais o número de agências e comprometerá serviços à população como o acesso a programas habitacionais como o Minha Casa Minha Vida, processos relacionados ao FGTS e outros programas sociais. As mudanças estão concentradas nas Vice-Presidências de Logística (VILOG), Fundos de Governo (VIFUG), Finanças e Controladoria (VIFIC), Gestão de Pessoa (VIPES), Tecnologia da Informação (VITEC), Governo (VIGOV) e Habitação (VIHAB).  Outra mudança foi a realizada no normativo RH 205, ampliando o programa Gestão de Desempenho de Pessoas (GDP) para todos os bancários e bancárias com função.

O período para aderir ao PDVE iniciou no dia 17 de julho e vai até o dia 14 de agosto. Os desligamentos ocorrerão de 24 de julho à 25 de agosto. Na etapa anterior, encerrada em março, 4.645 trabalhadores aderiram ao programa. Agora, a Caixa espera que até 5.480 empregados peçam desligamento. Desse modo, o banco terá a redução de em média 10 mil trabalhadores em 2017. E, quanto menos empregados, maior a tensão nas agências, menor qualidade de vida dos bancários e consequentemente mais desligamentos. Ou seja, o desmonte rumo à privatização da Caixa.

Os cortes “voluntários” certamente diminuem ainda mais a chance de convocação dos mais de 30 mil aprovados em concurso público. Tema que aliás é alvo de Ação Civil Pública, impetrada no Ministério Público do Trabalho no Distrito Federal e no Tocantins. O caso tramita no Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região.

De acordo com a Caixa, estão aptos a aderir ao PDVE os aposentados pelo INSS ou que podem se aposentar até 31 de dezembro, exceto quando for por invalidez; trabalhadores com no mínimo 15 anos de efetivo exercício de trabalho; e empregados com adicional de incorporação de função de confiança/cargo em comissão ou função gratificada até a data de desligamento (sem exigência de tempo mínimo de efetivo exercício na empresa.

As mudanças lamentavelmente fazem parte do desmonte de um banco forte e de extrema importância para os brasileiros. Os ataques ferem os empregados Caixa e grande parte da população do país. É preciso reagir!

PDVE