Inspira 2018

Dois dias de pura imersão nos temas: Criatividade, inovação, desenvolvimento, sustentabilidade e futuro foi o que permeou o Inspira 2018. O evento, realizado no Rio de Janeiro, nos dias 20 e 21 de abril contou com a participação de 30 associados da Apcef/SC.

A atriz e apresentadora Monica Iozzi foi a mestre de cerimônias do evento. E, após a fala do presidente da Fenae, Jair Ferreira, Rivadávia Drummond falou sobre inovação. Lembrou que a mesma faz parte da estratégia de qualquer organização. Porque ano após ano, o objetivo é entregar crescimento efetivo. “O papel da gestão, no fundo é criar ambientes favoráveis para que as pessoas estejam estimuladas a compartilhar, a dar ideias, a inovar, a trabalhar em equipe e resolver problemas de forma colaborativa”, disse.

Na sequência, Evaniza Rodrigues falou sobre ‘Moradia sustentável e espaços públicos’. “O problema de moradia não é de quem não tem onde morar”, salientou. A assistente social e mestre em Arquitetura e Urbanismo disse que sua luta é para que o CEP de nascimento não determine o futuro das pessoas e que a cidade não aprofunde ainda mais a desigualdade. “Não é verdade que o poder público não dá conta”, falou ao se referir aos programas habitacionais que mudaram a vida de milhares de brasileiros, antes que fossem dados os passos para trás dos últimos anos. “Estamos falando de cidades que muitas vezes são hostis aos seus moradores. Estamos falando de 35 milhões de brasileiros não tem acesso à água”.

Evaniza defende que as ruas sejam espaços de debate, espaços de qualidade para conhecer o outro. Aos bancários, ela lembrou que o acesso a benefícios como o Bolsa Família é semente de independência. “Nós acreditamos nas transformações que vem debaixo para cima, onde as pessoas que sofrerem os problemas são os protagonistas da solução de seus problemas e que buscam na sociedade o apoio para tais soluções. “Não estou aqui para pedir ajuda para o povo sem-teto, mas vos convidando a fortalecer o povo sem-teto, a crescer, produzir, viabilizar a saída dessa condição, não só da moradia, mas de todos os outros direitos. O Movimento Popular propõe a construção de políticas públicas permanente e universais. Quero que tenhamos condições para que a comida que chega ao nosso prato não venha cheia de veneno, mas venha sim da reforma agrária, dos pequenos agricultores e da agroecologia”, conclamou.

Após Evaniza, Matheus Castro Cardoso apresentou o projeto Moradigna, que reforma cômodos de casas de pessoas de baixa renda. O próprio Matheus tem uma história inspiradora. Filho de pedreiro, ele se formou em engenharia porque o país vivia um bom momento na construção civil. Morador da comunidade Pantanal, ao lado do rio Tietê, em São Paulo (SP), o jovem viu, ao longo da vida os moradores perderem o pouco que tinham durante as cheias do rio.

“Já conseguimos revitalizar muitos cômodos de moradias, mas o que mais me marcou foi o caso de uma menina de seis meses que sofria de pneumonia e ficou curada porque reformamos o quarto que ela estava e, com a eliminação da umidade ela ficou bem. Ou seja, o problema que se pensava ser de saúde pública, na realidade era de moradia”. Ela poderia ter sido tratada pelos melhores médicos, mas não seria curada. E é esse resultado que me emociona”, contou após a palestra.

Matheus enfatiza que a casa é a segunda pele das pessoas, é onde elas precisam se sentir bem. Razão pela qual o antes e depois (da obra) é tão importante. “Sempre que recebo convite para palestras eu aceito, porque foi em um evento que descobri o que eram negócios sociais”, detalhou o jovem de 23 anos. Conheça o: http://moradigna.com.br/  que conta com o apoio do Yunos Negócios Sociais. Saiba mais: https://www.yunusnegociossociais.com/quem-somos

Essa foi a mensagem do Muhammad Yunus aos participantes do Inspira: https://goo.gl/p9mYEh

Além de Darcton Damião, que  discorreu sobre Ciência, tecnologia e inovação, os participantes do Inspira ouviram as dicas sobre finanças pessoais de Nathália Arcuri. E para fechar o primeiro dia de evento, a bancária Carina Queiroz, da Apcef BA falou sobre os desafios que sofreu pela falta de acessibilidade em sua vida educacional e profissional. Seu depoimento foi inspirador. Clóvis de Barros, com a palestra: Trabalho, sociedade, saúde e o homem encerrou o ciclo do dia 20 de abril.

Dia 2: Mais Inspiração

No segundo dia de evento, Ina Voelcker falou sobre longevidade. A gerontologista alemã é diretora técnica do Centro Internacional de Longevidade.  Ela trabalhou no projeto “Cidade Amiga do Idoso”, na Organização Mundial de Saúde (OMS) e é responsável pelo desenvolvimento e execução de iniciativas e projetos de pesquisa voltadas ao envelhecimento ativo e cidades amigas do idoso.

Na sequência, o ator Lázaro Ramos falou sobre diversidade. Ele ressaltou que tem lido material muito interessante de jovens que acessaram às universidades por meio de cotas. Os jovens que se empoderaram, como ele mesmo colocou. O ator destacou que mentíamos, como país, afirmando que não éramos racistas, machistas e violentos. Agora está tudo exposto.  “Temos um jeito esquisito de nos relacionarmos. Somos capazes de pagar um valor bem alto pela tinta, mas barganhamos R$100 com o pintor”.  Com sua fala tranquila Lázaro discorreu sobre empatia, afeto e criatividade, ferramentas para combater alguns dos males atuais da sociedade. Veja mais sobre a fala de Lázaro no FaceBook da Apcef: https://goo.gl/7WELGF, onde ele expõe pesquisa que mostram que mulheres negras recebem menos anestesia nos hospitais, porque elas sentiriam menos dor.

Djamila Ribeiro falou sobre suas lutas contra racismo, machismo e achismo na palestra intitulada: Empoderamento Feminino. A pesquisadora e mestre em Filosofia Política salientou a importância de saber sobre o que fala, principalmente nas redes sociais. Se todo e todas nós queremos de fato mudar o país e queremos uma sociedade menos desigual para as próximas gerações, é importante que entendamos a nossa responsabilidade e não achar que debater machismo é responsabilidade só das mulheres e debater racismo seja assunto das pessoas negras”, alertou. Veja toda a palestra: https://goo.gl/ucFwRv.

Após a palestra, Djamila destacou os avanços no Brasil em relação ao feminismo, como a Lei Maria da Penha e o fato do tema ser debatido em programas de televisão. E enfatizou que o caminho ainda é muito árduo para as mulheres. Ao falar sobre o combate ao ódio crescente, a filosofa disse que as pessoas se sentem muito corajosas para falar nas redes sociais coisas que não falariam na cara do outro. “Creio que esse avanço do ódio se dá também porque avançamos, e querem que retrocedamos. Costumo brincar dizendo que: Se a pessoa entendeu o feminismo, não tem porque ela não ser feminista”. E para completar, Djamila contou que muitas feministas têm feito encontros para ensinar como se proteger dos ataques. “Tem a rede de cyberativistas negras que tem ensinado sobre essa proteção contra hackers e sobre tecnologias e softwares que nos ajudam a não ser vítimas desse tipo de coisa”, detalhou.

Lembramos que em breve todas as palestras serão publicadas no site do Inspira 2018.