Apesar de um histórico de superávit, planos apresentaram desvalorização das cotas em 2020. Diretora de Saúde e Previdência da Fenae alerta sobre o que fazer com os recursos acumulados pós-desligamento da Caixa
O balanço da Fundação dos Economiários Federais (Funcef) mostrou que os planos REB e Novo Plano dos ativos tiveram suas cotas desvalorizadas em 2020. Diante da meta atuarial de 10,19%, a rentabilidade do REB ficou em 7,98% e a do Novo Plano atingiu 7,45%.
O resultado negativo surpreendeu, já que os planos têm histórico de superávit em anos anteriores. Em 2019, o REB atingiu 16,9% e o Novo Plano, 16,02% ante a uma meta de 9,18%. Em 2018 os resultados foram 10,87% e 10,05%, respectivamente, com meta de 8,09%.
Para os assistidos, REB e Novo plano alcançaram 11,8% e 10,95% em 2020 – percentuais pouco acima da meta atuarial (10,19%).
Com o resultado deficitário de REB e Novo Plano dos ativos, a diretora de Saúde e Previdência da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae), Fabiana Matheus, faz um alerta para os participantes com dúvidas sobre o que fazer com o que fazer com os recursos acumulados, pós-desligamento da Caixa. Com as cotas desvalorizadas, tanto quem deseja fazer resgate ou portabilidade quanto quem optar por conversão em benefício, vai consolidar prejuízo.
“Se o participante tiver condição, o melhor a fazer é esperar e esperar e optar pelo autopatrocínio até que a cota recupere e atinja patamar melhor para pedir o benefício de renda vitalícia ou fazer o resgate. Isso vale tanto para REB quanto para Novo Plano”, avalia Fabiana, que ainda aconselha que a opção pelo resgate do saldo não é a melhor alternativa.
Pelo autopatrocínio o participante continua contribuindo com a sua parte e passa a contribuir também com os valores da patrocinadora. Mas atenção – é importante observar as condições do regulamento do plano em que o participante está vinculado, pois existe prazo máximo para essa opção após o desligamento da Caixa.
De acordo com o regulamento dos planos, o REB é o mais desfavorável para quem deseja fazer o resgate – os participantes podem sacar 100% das reservas acumuladas de suas próprias contribuições; no entanto, só podem resgatar até 20% dos recursos depositados pela patrocinadora.
Já no regulamento do Novo Plano, é possível resgatar o saldo total da conta, ou seja, as contribuições do participante e da patrocinadora, exceto valores oriundos de portabilidade de outros planos.
Também é importante destacar que não existe portabilidade entre os planos de benefício da Funcef. A incorporação do REB ao Novo Plano foi aprovada em 2014, mas nem a Caixa nem a Fundação deram andamento ao processo.
A Fenae já publicou uma matéria para explicar as razões por que optar pelo benefício vitalício continua sendo o melhor negócio. Leia!