Privatização à vista

O liberal Pedro Guimarães é anunciado como futuro presidente da CEF

Pelo quadro que se desenha pode-se ver que 2019 não será um ano fácil, em especial para os empregados Caixa. Ontem (22/11) o futuro ministro da Economia Paulo Guedes anunciou que Pedro Guimarães será o presidente da Caixa Econômica Federal, após aprovação do nome pelo presidente eleito em outubro.

Pedro Guimarães é PhD em Economia pela Universidade de Rochester. Ele tem mais de 20 anos de experiência no mercado financeiro, atuando na gestão de ativos e reestruturação de empresas, sendo um especialista em privatizações. O sócio do banco de investimento Brasil Plural é um dos responsáveis pelo levantamento das estatais que podem ser vendidas pelo presidente eleito.

“Se Guimarães de fato se tornar o presidente da Caixa, é fácil prever que os processos de privatizações serão acelerados no banco. Seu perfil se enquadra justamente nessa linha, e não se faz menção a nenhuma experiência dele em gestão pública. Isso derruba de vez a ilusão que alguns colegas ainda tinham de que a Caixa não estaria na lista das empresas a privatizar. Essa privatização fatiada, aos poucos, vai ser ampliada e se consolidar, e será necessária muita resistência dos trabalhadores do banco e da sociedade para manter a Caixa pública”, aponta a representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, Rita Serrano.

É hora de intensificar a luta

“Dizem que a história é cíclica, mas na Caixa virou um redemoinho. As ameaças contra a empresa são uma constante. Além de novo desligamento de empregados – desta vez, disponibilizadas 1.600 adesões – que precariza o atendimento ao público e adoece ferozmente os empregados que ficam, o futuro governo designa para a presidência da Caixa, Pedro Guimarães, especialista em privatizações e sócio-diretor do Banco Brasil Plural. A Brasil Plural, por ser gestora do fundo FIP Florestal é suspeita de envolvimento na supervalorização artificial registrada pelo fundo, que causou enorme prejuízo à Funcef e à Petros. Como aceitaremos esta indicação suspeita e arriscada para a presidência da Caixa?”, alerta a diretora da Apcef-SC e membro do Conselho de Usuários do Saúde Caixa Zuleida Martins da Rosa.

A diretora ainda conclama: “O viés privatista do indicado coloca a Caixa ainda mais na mira do esfacelamento do banco público e das atividades de gestor dos projetos sociais, fundamentais para a população de baixa renda. Por isso, os empregados Caixa e suas entidades representativas precisam intensificar a luta para dar um basta neste retrocesso.”

Campanha “Não tem sentido”

A Fenae lançou em outubro a campanha “Não tem sentido”. O objetivo é mobilizar empregados e sociedade em geral, mostrando que o banco precisa continuar 100% público, forte, social e a serviço dos brasileiros. Pelo wwwnaotemsentido.com.br enviar vídeos ou escrever depoimentos apoiando a iniciativa. Um manifesto foi divulgado no lançamento da campanha e está disponível no site.

Para presidir o Banco do Brasil o indicado foi Rubem Novaes. Este é PhD em Economia pela Universidade de Chicago. Novaes também atuou como professor da FGV, presidiu o Sebrae e dirigiu o BNDES.  O colaborador do Instituto Liberal-RJ é autor do livro “Investimentos Estrangeiros no Brasil: Uma Análise Econômica”.