Bancários de SC defendem Bancos Públicos na Alesc

Categoria participou de ato na assembleia no dia 13 de novembro       

Bancários de todo o Estado se reuniram na Assembleia Legislativa de Santa Catarina (ALESC), no dia 13 de novembro, no ato em defesa dos bancos públicos. No encontro, foram apresentados dados que ressaltam ainda mais a importância das instituições públicas financeiras para o desenvolvimento social e econômico catarinense. Ao fim da audiência foram aprovadas propostas e redigida uma moção que será enviada ao Ministério da Fazenda, ao governador do Estado e outras instituições.

A audiência pública foi presidida pelo parlamentar e bancário Cesar Valduga. Também participaram representantes dos sindicatos dos bancários do estado, representantes de associações e federações ligadas à categoria e dos bancos e representante do Dieese. O encontro para debater a importância da defesa dos bancos públicos foi um pedido do movimento bancário do estado à Frente Parlamentar em Defesa das Empresas Públicas de Santa Catarina, criada no mês de junho de 2017 na ALESC.

Dados do Dieese apontam que Santa Catarina tem em média 13.000 bancários, distribuídos em 872 agências. O Estado conta com 460 agências de bancos públicos e 412 de bancos privados. Sendo que, as instituições públicas empregam 70% da categoria no Estado. Outro fator de grande relevância é o papel dos bancos públicos na economia catarinense. Porque são eles a principal fonte de crédito pessoal, imobiliário, rural e industrial. Enquanto os públicos representam 89,26% em acesso a crédito, os privados têm apenas 10,74% de participação, segundo o Banco Central.

Os bancos públicos são responsáveis por mais de 90% dos recursos destinados ao financiamento rural e industrial, setores primordiais da economia catarinense. O setor de financiamento imobiliário é quase 100% financiado por bancos públicos.

O desmonte dos bancos públicos é o alvo de instituições internacionais, que tem por objetivo acessar carteiras de clientes seguras administradas por estabelecimentos financeiros públicos. A abertura de capital, no caso da CAIXA, e a venda de ações em segmentos do banco, como no caso de Banrisul, são óbvias estratégias de desmonte encabeçadas por um mercado totalmente descomprometido com o papel social dos bancos públicos. Exemplo dessa busca pelo desmonte foi a descapitalização de bancos de fomento, como o BRDE, que sofreu queda de 53% nos investimentos destinados à Santa Catarina entre os anos de 2012 e 2016.

Propostas elencadas ao final da audiência pública:

– Moção de Apoio em defesa dos Bancos Públicos e da economia de SC;
– Realização de Estudo Técnico considerando o importante papel desempenhado pelos bancos públicos no desenvolvimento do Estado de Santa Catarina e na geração de emprego e renda;

– Exigir a manifestação oficial do Governador do Estado em relação aos prejuízos para a economia do Estado com o encolhimento da presença dos Bancos Públicos nos municípios.

-Construir audiências públicas em todos os municípios de Santa Catarina para debater os ataques aos bancos públicos.
MOÇÃO DE APOIO

Considerando: o momento extremamente delicado da economia e da vida política nacional, e o papel historicamente desempenhado pelas instituições públicas do sistema financeiro no que tange às políticas de crédito, financiamento e investimento para os diversos setores da nossa sociedade, principalmente para os micros, pequenos e médios produtores, responsáveis maiores pela geração de renda e empregos em nosso país;
Considerando: o papel desempenhado pela Caixa Econômica Federal e pelo Banco do Brasil como principais agentes do sistema financeiro na administração e concessão de recursos para o desenvolvimento regional, em particular no âmbito do financiamento agrícola e imobiliário, democratizando o acesso ao crédito e ampliando as oportunidades para amplas camadas da população;

Considerando: a importância dos bancos regionais para o desenvolvimento de projetos locais de investimento e infraestrutura, identificando vocações e privilegiando a permanência dos recursos nos estados, exercendo papel multiplicador da renda nas próprias comunidades, em oposição à política concentradora das instituições financeira privadas;

Considerando: a capilaridade do atendimento promovida pelas instituições públicas, presentes com suas agências, ainda, na maioria dos municípios brasileiros, possibilitando o acesso ao financiamento estudantil, ao crédito, aos programas sociais e à cidadania, sendo fundamentais na percepção da presença do Estado em cada localidade;

Considerando: o impacto perverso para centenas de famílias catarinenses com a ameaça de fechamento de agências e de postos de atendimento numa possível privatização, provocando a migração para outros estados de oportunidades de emprego e renda;

Os presentes aprovam a presente Moção de Apoio ao fortalecimento da atuação das instituições públicas do sistema financeiro e contrários a quaisquer tentativas de privatização dos bancos públicos.  Fonte: SEEB.