O banco que faz parte da história e do desenvolvimento do Brasil completa 157 anos
Neste 12 de janeiro, a Caixa completa 157 anos de existência. E é devido ao esforço e luta dos seus empregados, juntamente com a sociedade civil organizada, que a instituição se mantém pública. Mas para que a Caixa continue a cumprir seu importante papel social para o desenvolvimento do país é preciso manter a ‘guarda’. As lutas de 2017 evitaram a abertura de capital do banco, no entanto, se faz necessário manter ações e buscar estratégias contra o encolhimento do banco.
Criada em 1861, pelo imperador Dom Pedro II, com o objetivo de fomentar a poupança e o acesso a empréstimos a juros bem menores que os praticados pelas demais instituições, a Caixa acumula ao longo de sua história ataques contra seu papel social. Era na instituição, criada com o nome de Caixa Econômica da Corte que os escravos guardavam suas economias para comprar a tão sonhada carta de alforria. A poupança e o penhor – sem taxas de juros exorbitantes- tornaram a Caixa o banco mais popular do país.
A liberdade de ter a casa própria, milhares de brasileiros conquistaram por meio dos programas habitacionais da Caixa e também por meio de empréstimos a juros menores que os praticados pelo voraz mercado financeiro. A Caixa é o banco do FGTS, do Seguro Desemprego, do PIS. A Caixa fomenta o esporte, a educação, a habitação e o saneamento básico. Ou seja, está diretamente ligada ao desenvolvimento social do Brasil. Os ataques contra o banco dos brasileiros resultam em maiores taxas de desemprego, diminuição da segurança púbica e do acesso à educação. Defender a Caixa é defender a qualidade de vida, é preservar o crescimento da nação. É dizer não à desigualdade social.
Ainda que tenha se livrado da privatização, a Caixa permanece sob ataques. Há um fatiamento constante que tende a enfraquecer a instituição. O fechamento de agências, a diminuição do número de empregados e privatização das operações a encolhem a diante do sistema financeiro privado.
Nos 157 anos da Caixa qual é o banco que teremos?
Rita Serrano, representante dos empregados no Conselho de Administração da Caixa, diretora da Fenae e coordenadora do Comitê Nacional em Defesa das Empresas Públicas pondera sobre o futuro do banco. A mestra em administração lançará em abril o livro: “Se é público é para todos”.
“A realidade está colocada: a definição do futuro do Brasil, dos brasileiros, das empresas públicas e da Caixa depende de qual modelo de Estado queremos ter, e essa com certeza será a grande questão desse ano de 2018, quando serão realizadas eleições. Queremos um banco público, impulsionador de serviços, programas sociais e realizações que colaborem com a redução da desigualdade ou queremos um banco nos mesmos moldes dos tradicionais, sem compromisso com o povo brasileiro e cujo objetivo é apenas a lucratividade? Embora para um grande número de pessoas nem sempre seja possível perceber, política e economia estão sempre vinculadas, e este talvez seja um dos momentos em que essa associação se dá de forma claríssima, impossível de ser ignorada. Os empregados da Caixa, que vêm acompanhando parte da história da empresa em seu dia a dia, sabem bem a importância desse vínculo e, mais ainda, conhecem sua própria capacidade de organização e resistência para buscar dias melhores na destinação do banco e em seus direitos como trabalhadores.
É com essas reflexões e votos de parabéns a todos que ajudaram a construir esses 157 anos de história da Caixa que encerro esse artigo, cuja pesquisa histórica é baseada no livro “Se é público é para todos”, que tive a honra de escrever junto com Emir Sader, Fernando Nogueira e João Moraes e será lançado em abril. Coube a mim resgatar e escrever sobre a história dos 157 anos da Caixa, missão da qual muito me orgulhei e que, espero, traga subsídios para compreensão dessa trajetória e abra novos capítulos protagonizados pela luta dos empregados do banco por uma Caixa pública e para todos os brasileiros ”.