É por meio da imprensa – na maior parte do tempo- que os participantes e entidades tomam conhecimento dos passos da Funcef. A falta de transparência causa apreensão porque não há certeza sobre investimentos ou desinvestimentos que possam ameaçar o futuro dos assistidos. Uma das maiores preocupações atuais envolve a venda de ações da VALE. O assunto merece atenção porque ameaça a aposentadoria dos participantes dos planos Saldado, Não Saldado e REB/Replan.
Em 1997, a Funcef adquiriu ações da VALE, a segunda maior produtora de minério de ferro do mundo. O investimento realizado durante o governo FHC representa 18% do patrimônio do plano Saldado, 14% do Não Saldado e 5% do REB/Replan. Ou seja, qualquer movimentação com a Carteira Ativa II do patrimônio da entidade exige atenção porque afeta drasticamente a rentabilidade dos referidos planos e consequentemente a aposentadoria dos participantes.
Vale é determinante no resultado dos planos Saldado é Não Saldado
“É preciso destacar que um dos fatores de déficits em 2014, 2015 e 2016 foi exatamente a desvalorização do minério de ferro e consequente queda nas ações da VALE; e que os superávits de anos anteriores também foram influenciados por esse investimento”, alertou a diretora de Saúde e Previdência da Fenae, Fabiana Matheus, ao ressaltar que a Vale é determinante no resultado do REG/Replan, Saldado e Não Saldado, seja para o bem ou para o mal.
Resultado do balancete do 3º trimestre
De acordo com os resultados divulgados pela Funcef, o Reg/Replan Saldado e Não Saldado superaram a meta graças, principalmente, ao ganho com o Fundo Carteira Ativa II, onde se contabiliza a participação na Vale S.A., que foi de 47,64% de janeiro a novembro. Ou seja, o resultado do ano passado não passa por nenhuma ação espetacular da atual gestão, pois a recuperação está ancorada pelo principal ativo da Funcef. Contudo, estes planos somam perdas desde 2017 e somados todos os planos de benefícios da Fundação o saldo negativo ainda é expressivo, na ordem de R$ 4,509 bilhões. (Fonte: https://is.gd/N1bScB )
Confira a mensagem da diretora de Saúde e Previdência da Fenae, Fabiana Matheus que alerta os participantes da Funcef sobre os riscos impostos pela venda das ações da VALE. CLIQUE AQUI
Diretora da Funcef fala sobre decisão de venda de ações da VALE
“O mercado tem outras oportunidades com mesmo nível de rentabilidade, com menor concentração e é um bom caminho para alocação dos recursos. Estamos olhando a relação risco e retorno e se esse risco é suportado pelo plano”, declarou a diretora de Investimentos da Funcef Andrea Morata Videira, durante reunião, em abril, com representantes da Fenacef (Federação Nacional das Associações de Aposentados e Pensionistas da Caixa Econômica Federal). Na oportunidade, Andrea revelou que a decisão sobre a venda de ações da VALE foi analisada tecnicamente e sob as óticas do enquadramento determinado na Res. CMN 4661/2018 e também sobre a oportunidade de mitigar os riscos de alta concentração de um só ativo em um só plano. Do encontro, também participaram o Diretor-Presidente da Funcef Renato Villela e o diretor de Participações Societárias e Imobiliárias Wagner Duduch. (Fonte: https://is.gd/0jWQHH )
As declarações da diretora suscitam alguns questionamentos:
– Já foram vendidas as ações da VALE?
– Se sim, qual montante?
– Quem adquiriu?
– Quem intermediou as negociações?
– Onde serão realocados os recursos?
– Os recursos serão investidos em fundos de semelhante rentabilidade?
VALE
Leiloada por R$ 3,3 bilhões em 1997, a Vale devolveu em três anos o valor do investimento aos novos donos. A companhia foi vendida com R$ 100 bilhões em reservas minerais e R$ 700 milhões em caixa.