Mobilização contra a MP 995 é ampliada em todo o Brasil

Representantes das 27 Apcefs apresentaram sugestões para pressionar o Congresso Nacional a votar contra a Medida Provisória do presidente Bolsonaro e do ministro Paulo Guedes que acelera a privatização da Caixa

O Conselho Deliberativo Nacional (CDN) da Fenae debateu, em reunião virtual realizada nesta quinta-feira (20), propostas para mobilizar parlamentares federais, estaduais e municipais, e entidades da sociedade civil. Os representantes das 27 Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Apcefs) manifestaram preocupação com a MP 995/2020 e vão ampliar, em seus estados, a divulgação da manobra usada pelo presidente Bolsonaro e o ministro Paulo Guedes para privatizar a Caixa.

“Precisamos falar sobre o assunto, mobilizar os empregados e a sociedade em geral para barrar a MP 995. É fundamental o apoio das Apcefs, sindicatos e outras entidades nos estados para levar ao Congresso Nacional a posição já manifestada em pesquisa pela grande maioria dos brasileiros, que é contrária a privatização da Caixa”, destaca o presidente da Fenae, Sergio Takemoto.

O dirigente elencou ao CDN as ações que a Fenae tem realizado, juntamente com outras entidades, para barrar a iniciativa do governo federal. Takemoto lembrou que as representações dos trabalhadores tiveram apenas um dia para articular no Congresso apresentação de emendas com objetivo de revogar os efeitos da Medida Provisória 995. Foram ao todo 412 emendas, a maioria delas contrárias a MP.

“Outra iniciativa foi o lançamento de um manifesto, que já conta com 260 apoios de entidades associativas e sindicais, bem como de parlamentares”, pontuou o presidente da Fenae.

A Federação também produziu cartas direcionadas aos vereadores, prefeitos, deputados estaduais e congressistas alertando sobre os riscos do fatiamento do banco, o que deve prejudicar as operações que contribuem para o desenvolvimento regional do país.

Editada no dia 7 de agosto pelo governo Bolsonaro, a MP permite a divisão da Caixa em várias empresas, por meio da criação de subsidiárias, que serão posteriormente vendidas sem autorização do Congresso.